Na terça-feira, 22 de agosto, a Psicóloga da Prefeitura de São Vicente do Sul, Laise Marim Zanini, ministrou a palestra: “Dismorfofobia: a imagem distorcida”, na Jornada Interdisciplinar de Saúde (JIS), na Universidade Franciscana (UFN).
De origem grega a palavra dismorfofobia traz como significado: feiura. O distúrbio, conhecido como Transtorno Dismórfico Corporal, apresenta uma preocupação excessiva com a beleza corporal, principalmente com os cabelos, os olhos, a boca, o nariz, as acnes, as rugas e as manchas, o que a diferencia de transtornos alimentares.
“A mídia, o mercado hoje em dia, a globalização da internet nos meios de comunicação tem nos levado a busca do corpo perfeito. A gente vê essas imagens que normalmente são retocadas e quando a gente vê esse ideal de beleza, a gente começa a olhar para o nosso corpo e vê que não somos assim”, questiona a Psicóloga. Segundo Laíse a dismorfofobia não tem uma causa específica, mas é influenciada pelo mercado que oferece as pessoas uma falsa ideia de beleza. “Nós não temos que buscar igualdade no corpo do outro”, aconselha.
Conforme a psicóloga a doença é mais perceptível nas mulheres, porque o sexo feminino tem mais cobrança em relação ao corpo, uma procura maior pela cirurgia plástica, massagens e outros métodos de satisfação. Zanini apresentou um trecho do documentário Embrace, que mostra histórias reais de portadores do distúrbio.
O transtorno mental causa um prejuízo no convívio social, profissional e em outras áreas da vida. Segundo Zanini é um dos sintomas é o fato das pessoas passarem de uma a oito horas em frente a um espelho procurando um defeito.” Passam cutucando o corpo, procurando comprova essa deformidade”, afirma. As pessoas que apresentam esses tipos de problemas costumam ter pensamentos obsessivos contra elas mesmas. “Esse transtorno leva a 80% dos casos de suicídio”, comenta a psicóloga.
Diagnóstico geral dos pacientes com o transtorno:
– Apresentam excesso de preocupação com um defeito mínimo no corpo;
– Demonstram sofrimento e prejuízo social;
– Pode apresentar outras doenças, como a depressão
– Apresenta tanto os pensamentos obsessivos a respeito de supostos de feitos corporais, quanto comportamentos compulsivos
Obs: não é uma anorexia, bulimia ou outro transtorno compulsivo
Tratamento.
Para a Psicóloga é importante o tratamento psiquiátrico com o uso de medicações, normalmente antidepressivos. “Na terapia a gente busca descontruir esses conceitos dertupados do paciente, procura quebrar aquelas crenças que eles tem de inferioridade e procura com que ele consiga em cima disso construir uma nova identidade, uma nova visão de sí mesmo”, explica. O monitoramento do pensamento e a fiscalização do tempo que fica em frente ao espelho também fazem parte do tratamento.
Zanini apresentou o áudio de uma mulher de 38 anos, de Santa Catarina, cujo nome não foi revelado, que apresenta o problema desde os 14 anos de idade. Ela contou que só descobriu a doença através da internet, quando pesquisou os sintomas da doença. “Esses dias eu fui no shopping e quando voltei para a casa tinha menos vontade de viver do quando eu sai”, revela a paciente.
Trecho do documentário Embrace: https://www.youtube.com/watch?v=JS5RpVG73Qo
Texto adaptado: Bruna Milani